segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

CAN ANGOLA 2010


Apesar do entusiasmo em Angola, e da loucura saudável que foi o jogo inaugural, entre Angola e Mali, nada tornará possível que se olhe para esta edição da Taça de África das Nações com os mesmos olhos. O atentado que vitimou a selecção do Togo, a dois dias do pontapé de saída, é daqueles sinais de alarme que, de vez em quando, nos lembram ser impossível desligar por completo o futebol do mundo exterior.

É fácil distrairmo-nos. E é demasiado fácil criar uma redoma de talentos, emoções e paixão em volta dos relvados e esquecer que as guerras, a miséria e o sofrimento continuam a fazer parte do dia a dia. E particularmente em África, palco de dramas inomináveis cuja dimensão nos escapa. E então, de vez em quando, acontecimentos como os de Cabinda trazem-nos de volta à terra.

Que sirvam, pelo menos, para relativizar os nossos pequenos dramas domingueiros. E para reforçar a certeza de que nestes momentos o futebol, por muito peso que tenha, é, no máximo, a mais importantes das coisas com pouca importância.