sexta-feira, 23 de maio de 2008

Lusofonia

A influência da língua portuguesa no mundo não corresponde ao seu número de falantes, conclui um estudo encomendado pelo Governo português.
Encomendado pelo Ministério da Educação e pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros ao reitor da Universidade Aberta, Carlos Reis, o estudo constatou também a dispersão da política da língua e o fraco empenho dos sucessivos executivos portugueses na sua promoção.
Em declarações à Agência Lusa, Carlos Reis salvaguardou que o estudo só estará concluído no final de Maio, mas indicou que já tirou conclusões preliminares.
«Existe uma grande disparidade entre o universo falante de português, somos mais de 200 milhões de falantes e a efectiva influência internacional da língua portuguesa», disse o reitor, defendendo que tem de se reconhecer as consequências internacionais do peso do português.
Carlos Reis adiantou que o estudo foi iniciado em Fevereiro e teve como base documentos sobre o ensino de português no estrangeiro da Assembleia da República, da Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento e da Fundação Calouste Gulbenkian.
Além do Instituto Camões e do Conselho das Comunidades Portuguesas, o Reitor da Universidade Aberta contactou também com alguns coordenadores do ensino de português no estrangeiro, nomeadamente na Suíça, Reino Unido, Espanha e África do Sul, considerando estes testemunhos como dos mais importantes para se aperceber desta realidade.
No âmbito da promoção da língua portuguesa, Carlos Reis sublinhou que «se fazem muitas coisas bem, mas muitas vezes de uma maneira dispersa».
«Tem de haver uma racional articulação dos esforços», disse o reitor, defendendo que, «com o mesmo dinheiro, pode fazer-se melhor».
Carlos Reis concluiu ainda que «até agora não houve um efectivo envolvimento dos governos portugueses nesta matéria: «Ainda não houve uma efectiva vontade política de manter uma política de língua séria e credível».


Fonte; Destak

segunda-feira, 19 de maio de 2008

A Diáspora Angolana em Portugal: Caminhos de Retorno


O CEDEP – Unidade de Investigação de Economia Internacional, com o apoio do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, apresentou, na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, o projecto "O Potencial Económico e Científico bilateral do Capital Social da Diáspora Angolana em Portugal".
Este projecto visa incentivar os quadros qualificados da diáspora angolana, a estabelecer “pontes perenes e sustentáveis com o seu país”. Em Angola, à semelhança de outros Países em Desenvolvimento que atravessaram períodos alargados de conflito e instabilidade político-militar, é premente a carência de recursos humanos, que assegurem o processo de desenvolvimento sustentável, nomeadamente devido ao fenómeno brain drain.
A par da apresentação do projecto, decorreu um Workshop - “A Diáspora Angolana em Portugal: Caminhos de retorno” - no qual se expôs e se discutiu a problemática, com base em perspectivas complementares - a institucional, e o testemunho de diferentes vivências empresariais e profissionais, em Angola.
Estiveram presentes a Casa de Angola, a Liga dos Africanos e Amigos de África (LIÁFRICA), e os professores Laureano Neves, Fátima Roque, Jordão, entre outros. Os diferentes oradores lançaram diferentes desafios à Diáspora, bem como às Instituições, em Portugal e Angola.
Os intervenientes defenderam ser importante promover o Co-desenvolvimento, ou seja, envolver os quadros qualificados da Diáspora no processo de desenvolvimento, no seu país de origem. Porém, é importante que o retorno não seja a única solução considerada, e que quando o seja, que o destino não se concentre exclusivamente na capital de Luanda, negligenciando o resto do país.
Por outro lado, é crucial que os quadros qualificados que optem por ficar em Portugal, se dediquem a dinamizar os movimentos associativos constituídos por migrantes, que entre outras práticas, trabalham na senda de uma boa integração no país de acolhimento, a par de um contacto e difusão permanente das suas raízes. Sugeria-se por exemplo, que fosse mobilizada a integração, nos planos de ensino curriculares portugueses, a opção de aprendizagem de dialectos, História, culturas, tradições, valores Africanos.
Aliás, actualmente face ao fenómeno globalizante, os cidadãos angolanos são antes cidadãos do mundo, perante múltiplas opções. Facto esse que atribui destaque às migrações circulares, no âmbito do Co-desenvolvimento, permitindo-lhes ir e regressar, e contribuir concretamente para o processo de desenvolvimento de ambos os países, o de origem, e o de acolhimento.


"Para nós, a liberdade vale mais do que a própria vida."

Resultado; A Diáspora Angolana é claramente a que melhor se adapta à Globalização.