segunda-feira, 19 de maio de 2008

A Diáspora Angolana em Portugal: Caminhos de Retorno


O CEDEP – Unidade de Investigação de Economia Internacional, com o apoio do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, apresentou, na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, o projecto "O Potencial Económico e Científico bilateral do Capital Social da Diáspora Angolana em Portugal".
Este projecto visa incentivar os quadros qualificados da diáspora angolana, a estabelecer “pontes perenes e sustentáveis com o seu país”. Em Angola, à semelhança de outros Países em Desenvolvimento que atravessaram períodos alargados de conflito e instabilidade político-militar, é premente a carência de recursos humanos, que assegurem o processo de desenvolvimento sustentável, nomeadamente devido ao fenómeno brain drain.
A par da apresentação do projecto, decorreu um Workshop - “A Diáspora Angolana em Portugal: Caminhos de retorno” - no qual se expôs e se discutiu a problemática, com base em perspectivas complementares - a institucional, e o testemunho de diferentes vivências empresariais e profissionais, em Angola.
Estiveram presentes a Casa de Angola, a Liga dos Africanos e Amigos de África (LIÁFRICA), e os professores Laureano Neves, Fátima Roque, Jordão, entre outros. Os diferentes oradores lançaram diferentes desafios à Diáspora, bem como às Instituições, em Portugal e Angola.
Os intervenientes defenderam ser importante promover o Co-desenvolvimento, ou seja, envolver os quadros qualificados da Diáspora no processo de desenvolvimento, no seu país de origem. Porém, é importante que o retorno não seja a única solução considerada, e que quando o seja, que o destino não se concentre exclusivamente na capital de Luanda, negligenciando o resto do país.
Por outro lado, é crucial que os quadros qualificados que optem por ficar em Portugal, se dediquem a dinamizar os movimentos associativos constituídos por migrantes, que entre outras práticas, trabalham na senda de uma boa integração no país de acolhimento, a par de um contacto e difusão permanente das suas raízes. Sugeria-se por exemplo, que fosse mobilizada a integração, nos planos de ensino curriculares portugueses, a opção de aprendizagem de dialectos, História, culturas, tradições, valores Africanos.
Aliás, actualmente face ao fenómeno globalizante, os cidadãos angolanos são antes cidadãos do mundo, perante múltiplas opções. Facto esse que atribui destaque às migrações circulares, no âmbito do Co-desenvolvimento, permitindo-lhes ir e regressar, e contribuir concretamente para o processo de desenvolvimento de ambos os países, o de origem, e o de acolhimento.


"Para nós, a liberdade vale mais do que a própria vida."

Resultado; A Diáspora Angolana é claramente a que melhor se adapta à Globalização.

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